Dijibuti – o Chifre da África presente no Rádio de Ondas Curtas

Nas Ondas Curtas da Guarujá Paulista

No Momento Cultural de hoje, falaremos um pouco sobre a história de um país que no mês de março passado, reativou suas transmissões em onda curta, e que seu sinal desde então, está sendo captado aqui no Brasil na freqüência de 4780 kHz.

Este país chama-se Djibuti.

Localizado no nordeste do continente africano, no chamado Chifre da África, o país é uma das áreas mais quentes e áridas do planeta. Seus desertos contêm lagos salgados, e apenas 1% do território é arável. Quase toda a comida é importada. Última colônia francesa a conquistar a independência no continente, o Djibuti vive de serviços e comércio, que respondem por 80% do PIB. A atividade econômica concentra-se na capital, a cidade portuária de Djibuti, importante ponto de comunicação com a península Arábica e o Oriente.

O nome oficial é República do Djibuti, com uma população de 450.000 e sua fronteira limitada a Noroeste e a leste pelo Mar Vermelho, a Sudeste pela Somália, a Sudoeste pela Etiópia e a Norte pela Eritreia.

O seu idioma oficial é árabe, existindo também o francês, afar, issa e somali. A religião é predominante muçulmana com 94% da população, e as demais 6% cristã.

Nos últimos anos, conflitos internos levam cerca de 10 mil djibutienses a exilar-se na Etiópia. Ao mesmo tempo, refugiados somalis e etíopes que estavam na região são repatriados, diminuindo de 150 mil para aproximadamente 25 mil.

Habitado por tribos nômades convertidas ao islamismo no século IX, o país nasce como colônia, a Somália Francesa, estabelecida em 1862. A partir de 1958 adquire status de território ultramarino, com autonomia limitada, passando a chamar-se Território dos Afars e Issas, referência a dois grupos étnicos que compõem sua população. Um plebiscito realizado em 1977 aprova a separação da França.

Em junho desse ano proclama a independência e adota o nome de Djibuti. Hassan Gouled Aptidon (da etnia issa) é eleito para presidente, concorrendo como candidato único. Na década de 80, o poder absoluto de Gouled é desafiado por grupos ligados à etnia afar, apoiados pela vizinha Etiópia. Em abril de 1991 surge uma poderosa organização armada, a Frente pela Restauração da Unidade e Democracia (Frud), formada pela união de três grupos rebeldes da etnia afar. Em novembro, a Frud lidera uma insurreição contra o governo e ocupa o norte do país.

Em 1994, a Frud se divide em várias lideranças. A facção de Ougoureh Kifleh Ahmed e Ali Mohamed Daoud negocia com o governo, em nome da organização, o fim do conflito. Um acordo assinado em dezembro prevê a incorporação de parte do Exército da Frud às Forças Armadas nacionais, a criação de um Conselho de Ministros multi étnico e a reforma eleitoral. O processo de pacificação é conturbado porque a Frud não tem controle total de seu contingente e um setor mantém a luta armada.

Em 1996, a Frud é reconhecida como partido político, o quarto do país – quatro é o número máximo de partidos permitido pela Constituição de 1992. A Frud apresenta-se nas eleições parlamentares de 1997 em aliança com o partido governista União Popular pelo Progresso (RPP). Juntos obtêm a totalidade das 65 cadeiras do Parlamento. Em junho de 1998, o FMI aprova novo aumento do crédito concedido ao país, que totaliza cerca de US$ 11 milhões, em contrapartida a um programa de reformas econômicas e ajuste orçamentário.

Recentemente, em função de um acordo com os Estados Unidos, foi instalado naquele país um transmissor de ondas Médias de 600 kwatts para a retransmissão da Rádio Sawa, que é uma emissora mantida pelo governo americano que transmite em Árabe para o Oriente Médio e norte da África.

Segundo informações divulgadas, como parte deste acordo, os Estados Unidos, não só instalaram dois transmissores em FM para retransmitir programas da Rádio Voz da América, a emissora governamental dos Estados Unidos, como também ajudou o Djibuti a reativar sua estação de ondas curtas . E desde então, suas transmissões têm sido captadas na freqüência de 4780 kHz, banda de tropical de 60 metros.

Este episódio mostra que o rádio, independente da faixa de operação, seja em Ondas Medias, FM, mas em especial em ondas curtas, ainda se apresenta como uma importante ferramenta para a divulgação de ideologias e informações sobre cultura e pontos de vista, aos mais distantes lugares da nossa aldeia global.

O áudio de abertura e fechamento deste momento cultural, é da Radio Djibuti transmitindo no idioma somali.

Até o próximo encontro, e abraços de Sarmento Campos, da cidade do Rio de Janeiro.

Dijibuti - O Chifre da África no Rádio em Ondas Curtas
Dijibuti – O Chifre da África no Rádio em Ondas Curtas



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Engenheiro Eletrônico, trabalha na área de TI e Telecomunicações e é aficcionado por tecnologia, e a prática da radioescuta
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