Fountain Pen – Vintage Demonstrator – Platinum Made in Japan

Andando pelas ruas do centro do Rio procurando componentes eletrônicos para montar um circuito pré-seletor para HF, entrei em uma loja muito antiga e tradicional de venda de produtos de escritório por atacado.

Essa loja, além de material escolar, como papelaria e toda a sorte de canetas, lapiseiras e lápis de marcas famosas e de primeiríssima linha – Parker, Cross, Pentel, Lamy, Staedtler e outras – também tem disponível para venda canetas tinteiro muito antigas.

E para minha surpresa, encontrei a preço muito acessivel, um modelo “Demonstrator” fabricado no Japão pela Platinum, que fabrica canetas de alta qualidade desde 1919.

Platinum fountain pen - Made in Japan since 1919

Estimo que esse modelo em questão tenha sido fabricado na década de 60, e pela módica quantia de R$ 36,00 estava exposta na vitrine.

Platinum foutain pen made in Japan - Vintage Demonstrator

A pena é descrita como fina porém, para os padrões europeus é equivalente a EF (extremamente fina), e na primeira vez a testei com uma tinta não muito popular entre os usuários de caneta tinteiro – Koh-I-Noor – fabricada na República Tcheka.

O desempenho da caneta é simplesmente surpreendente e utilizando como referência a Lamy de pena EF, a Platinum se mostrou muito precisa e com a suavidade na escrita equivalente a Lamy, com o diferencial de um fluxo de tinta mais uniforme.

O fato do corpo da caneta ser transparente, podemos observar como ocorre a dinâmica do fluido que forma o fluxo constante da tinta na pena.

As séries “demonstrator” são fabricadas por renomados fabricantes para promover a caneta tinteiro como um instrumento de escrita diferenciado, para quem aprecia a arte da escrita, e os japoneses, estão na ponta no desenvolvimento deste tipo de instrumento há pelo menos um século.

A escrita de ideogramas no alfabeto japonês requer precisão nas formas para expressar bem a mensagem, e os japoneses com sua cultura milenar avançada e métodos de produção de alta precisão – seja manual ou industrial em larga escala – conferem alta qualidade a seus produtos, em particular a canetas tinteiro.

Resumindo, não há necessidade de se gastar muito dinheiro em canetas caras que podem ser classificadas mais como joias do que como instrumentos de escrita, para se ter acesso a produtos de alta qualidade e desempenho.

Quanto ao desempenho da tinta Koh-I-Noor comprada na mesma loja, que aliás – está localizada na Rua Republica do Líbano – posso afirmar que a princípio não se equipara a tradicional Parker Quink, que uso como referência de tinta, após testar Lamy, Pelikan, Pilot, Shaeffer e Waterman tendo com base as cores pretas e azuis.

A Parker Quink azul apresenta uma pigmentação mais consistente e que além de secar mais rápido, mantém a tinta viva por muito mais tempo no papel do que outras. A Sheaffer por exemplo, utilizando cadernos Moleskine, é a que mais se torna transparente com o tempo, tornando a escrita muito clara e por isso, eu não recomendo seu uso. Em compensação a cor vermelha da Shaeffer apresenta um excepcional desempenho e mantém sua visibilidade por muito mais tempo.

A desvantagem da Parker Quink comparada as demais tintas como a Lamy e a Pelikan, é que deixa marca no lado avesso da página, sempre como referência a cor azul e caderno Moleskine, e independente do tipo de pena que se utilize, sempre comparando com a mesma caneta e pena obviamente.

Na caneta Platinum com pena F, o azul da Quink é mais consistente e seu fluxo é extremamente regular o que torna a escrita muito legível e agradável, não só pela tonalidade, mas em particular pelo contraste com o papel “Moleskine”.

A caneta Platinum vem acondicionada em um estojo com um conversor e cartucho de tinta preta, e apresenta o nome do fabricante em japonês e o código B-5.

Só por curiosidade, é raro encontrar no Rio de Janeiro a linha de cadernos Oxford, fabricados na Europa – principalmente Leste Europeu – que utiliza papel especialmente projetado para ser extremamente branco e não deixar a tinta transparecer no verso da folha. O papel tem uma gramatura diferenciada e uma textura muito mais consistente do que qualquer outro papel a disposição no mercado por fabricantes de qualidade.

A foto da Platinum foi tirada utilizando o caderno Oxford como base, que é justamente apropriado para uso de canetas tinteiro de qualquer tipo de pena, desde EF até BB.

About admin

Engenheiro Eletrônico, trabalha na área de TI e Telecomunicações e é aficcionado por tecnologia, e a prática da radioescuta
This entry was posted in Fountain Pen. Bookmark the permalink.