Por Sarmento Campos
No momento cultural desta semana, vamos falar sobre um importante país que tem sido noticia em destaque na mídia nos últimos tempos.
Próximo ao Iraque, este país é um dos berços da nossa civilização, com uma história que remonta a milhares de anos, e hoje, é citado pelos Estados Unidos, como um dos integrantes do eixo do mal, junto com a Coréia e o Iraque.
Estamos falando do Irã, um importante país do Oriente Médio, e que hoje é um alvo potencial dos Estados Unidos, segundo alguns analistas internacionais.
O Irã, também marca presença nas transmissões em ondas curtas, inclusive com uma programação dirigida para a América do Sul, e que podem ser facilmente captadas aqui no Brasil.
Com uma população próxima a 70 milhões, e tendo como idioma oficial o persa, o Irã é um pais islâmico.
A região que corresponde ao atual Irã abrigou diversos povos e Estados na Antiguidade, com destaque para o Império Persa, que foi fundado no ano de 539 a.C., por Ciro, o Grande.
A conquista árabe, ocorreu no ano 642, e marcou a conversão de seus habitantes ao islamismo. O zoroastrismo, a então religião tradicional persa, foi reprimida e seus últimos praticantes acabaram fugindo para a Índia. E nesta época, foi adotado o alfabeto arábico, mas o idioma persa se mantém até hoje.
O país foi invadido pelos turcos no século XI e pelos mongóis no XIII. Tendo recuperado a independência no século XVI foi governado por várias dinastias. No século XIX entretanto, se tornou alvo de disputa entre o Reino Unido e a Rússia, que dividiram o território em áreas de influência em 1907.
Os britânicos exploram o petróleo, que foi descoberto em 1908. O marco do período moderno foi o golpe de Estado de 1921, em que o general Reza Khan derrubou o último sultão Kajar, que foi coroado xá em 1926 com o nome de Reza Pahlevi.
Um decreto real, em 1935, mudou o nome do país de Pérsia para Irã. E no ano de 1941, durante a II Guerra Mundial, o Irã foi ocupado por britânicos e soviéticos. O xá, simpático ao nazismo, abdica em favor do filho, Mohammad Reza Pahlevi. E os últimos soldados soviéticos deixaram a nação em 1946.
Em 1951, o primeiro-ministro, Mohammad Mussadeq, nacionalizou as companhias petrolíferas estrangeiras, quase todas britânicas, e entrou em confronto com o xá Reza Pahlevi, que abandonou o Irã.
Os governos ocidentais organizaram boicote ao petróleo iraniano, enquanto a União Soviética apoiou o país e começou a comprar seu petróleo. A crise atingiu o auge em agosto de 1953, quando Mussadeq foi deposto por um golpe militar conduzido com a ajuda do Reino Unido e dos Estados Unidos (EUA).
O xá Reza Pahlevi retornou ao Irã e assumiu poderes ditatoriais e o primeiro-ministro Mussadeq foi preso.
Este golpe do militar interrompeu o movimento nacionalista no Irã e implementou uma ditadura que durou mais de 25 anos.
Em 1978, a crise econômica e a ampla corrupção fizeram crescer a oposição ao regime ditatorial do xá. As correntes oposicionistas, uniram-se sob a liderança do aiatolá Ruhollah Khomeini, até então exilado na França.
O governo não conseguiu controlar a insurreição, e, em janeiro de 1979, o xá Reza Pahlevi fugiu do país, e as Forças Armadas aderiram aos revoltosos.
Khomeini regressou triunfalmente ao Irã, em fevereiro, e, dez dias depois, assumiu o poder, com a renúncia do primeiro ministro.
Em 1º de abril, o Irã foi declarado oficialmente uma república islâmica, cuja autoridade suprema é o chefe religioso aiatolá, posto ocupado por Khomeini.
Esta revolução islâmica, culminou em uma crise com os Estados Unidos.
Em novembro de 1979, um grupo de militantes islâmicos ocupou a Embaixada dos EUA em Teerã e tomou 66 norte-americanos como reféns. O governo iraniano apoiou a ocupação da embaixada e faz várias exigências, entre as quais a extradição do xá Reza Pahlevi, que estava asilado nos Estados Unidos.
O impasse não se resolveu nem com a morte de Reza Pahlevi, em julho, no Egito. Os últimos reféns foram libertados somente em janeiro de 1981, mais de um ano após a invasão da embaixada.
Nessa época, o país já enfrentava a guerra com o Iraque, iniciada em 1980, quando tropas iraquianas ocuparam áreas em litígio às margens do rio Shatt Al-Arab.
O conflito, que devastava as duas nações, terminou apenas em 1988, e as fronteiras permaneceram inalteradas. Estima-se que tenham morrido aproximadamente 400 mil iranianos e 300 mil iraquianos numa guerra que enfraqueceu ambas as nações.
A tensão entre os Estados Unidos e o Irã, aumentou a partir de janeiro de 2002, após a invasão do Iraque pelos próprios s Estados Unidos.
Nesta época, o presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou que o Irã forma um “eixo do mal” com a Coréia do Norte e o Iraque, e acusou o Irã de desenvolver armas de destruição em massa e de patrocinar o terrorismo.
A crise entre dois países se agravou ao ser anunciado, em julho, um acordo com a Federação Russa para a construção do primeiro reator nuclear iraniano. Washington acusou Teerã de adquirir tecnologia para fabricar armas nucleares, mas as autoridades iranianas afirmaram que a usina irá produzir somente energia elétrica.
E em fevereiro de 2003, o Irã anunciou a descoberta de importantes reservas de urânio. Em junho, o governo rejeitou a decisão da Agência Internacional de Energia Nuclear de submeter o programa nuclear do país a rigoroso controle internacional.
Para conhecer mais sobre a historia, cultura, acontecimentos atuais e a posição do governo do Irã, uma excelente opção é através das ondas curtas do rádio.
A Rádio Voz da Republica Islâmica do Irã transmite para a América do Sul no idioma espanhol a partir das 0130 no Tempo Universal Coordenado, nas freqüências de 9555 khz e 9905 khz na faixa de 31 metros.
O endereço para correspondência é “Programa em Espanhol” PO Box 19395 N. 6767 Teerã Irã
A emissora também está presente na Internet através do endereço :
www.irib.com/worldservice/spanish
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Ouça na íntegra o áudio deste Momento Cultural que foi levado ao ar em dezembro de 2004