O Fim do Radio, o Fim do Livro Impresso, o Fim da Escrita à Mão … Vivemos o Início do Fim ?

Quando do advento da Internet e a convergência das mídias, alguns arautos do Apocalipse decretaram o fim de velhos e saudáveis hábitos.

Senão vejamos:

O radialista e jornalista Heródoto Barbeiro decretou a susbstituição do rádio através das ondas de Von Hertz pelo webstream de audio na Internet.

Naturalmente, Heródoto Barbeiro utilizou o velho e bom rádio AM para decretar o fim do rádio. È fato que a convergência tecnológica é hoje realidade, mas também é fato que a emissora que abrigou tal profeta, continua a se expandir no éter e lógico, utilizando as velhas e confiáveis ondas de rádio.

Já o guru da tecnologia Bill Gates, escreveu um livro “a la Gutemberg”, para anunciar o fim dos livros impressos … Ou seja, a digitalização da sociedade iria acabar com as publicações tradicionais.

Curiosamente, a Amazon e a Apple foram visionárias e lançaram os e-readers – hoje conhecidos como tablets – para oferecer livros e publicações em formato digital, porém, o velho processo de Gutemberg continua dominante no planeta.

Recentemente, o intelectual e escritor italiano Umberto Eco, autor de “O Pêndulo de Foucault” e “O Nome da Rosa”, escreveu um artigo para o jornal inglês Guardian em que sugere que a maior parte das crianças é incapaz de escrever a mão – a não ser em letra de forma -, como consequencia do uso ininterrupto de computadores e programas de bate-papo. Além disso, Umberto menciona entrevistas com professores que advertem que os estudantes cometem cada vez mais erros para soletrar as palavras.

Apesar do computador e do acesso a Internet crescer em velocidade muito rápida, e conforme observado pelo Umberto Eco, afetar negativamente uma das mais saudáveis fases do aprendizado que é a leitura – e escrita naturalmente – creio que ainda estamos longe de tal realidade.

Mas o fato é que apesar de toda a evolução tecnológica, certos hábitos devem ser mantidos e até incentivados nos círculos da educação e cultura para que tais profecias não se concretizem.

Enquanto o fim não vem, mantenho alguns receptores de rádio tradicionais e continuo sintonizando boas emissoras, aquelas que transmitem cultura, informação e entretenimento.

Quanto ao livro, eu em particular não me vejo à vontade para levar um notebook, tablet ou qualquer outra denominação que por ventura venha a existir, para uma praça, praia ou para o campo, em momento de lazer ou estudo, para ler uma boa história ou aprender alguma matéria em particular. O máximo, são folhetos técnicos e informações de rápida absorção para uso profissional e a praticidade de um smartphone para ler boletins de trânsito e algo bem dinãmico.

E assim, espero conviver com o velho e bom Gutemberg ainda por muito tempo.

E quanto a escrita a mão, ainda cultivo o bom hábito de escrever em papel, de próprio punho, não só anotações de agenda, mas resumos de estudos, artigos, material para palestras, anotações sobre captações e programas de rádio e tudo o que precisa ser registrado no velho e bom papiro e ainda utilizando penas como se fazia desde tempos imemoriais no Egito e quem sabe, em outras civilizações mais antigas ainda.

Sendo assim, em homenagem a escrita milenar e tradicional, a leitura de papel, demonstro aqui algumas canetas que coleciono desde a época de faculdade e que utilizo regularmente, para qualquer ocasião onde se faça necessário praticar o bom e saudável hábito milenar da escrita … á mão!

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