Triste Fim do Idioma de Camões – RTP Radio e Televisão de Portugal encerra transmissões em Português para o Mundo

Simplesmente vergonhosa notícia para o mundo lusófono: o triste anúncio do encerramento das transmissões em Português da Rádio Difusão Portugal Internacional – RDPI.

Mesmo enfrentando desafios na área econômica, Portugal recorreu ao financiamento do FMI, anunciou com ares de desprezo o fim das transmissões em Onda Curta em nosso idioma. Isso simplesmente não é desculpa para justificar o fim da radiodifusão internacional em ondas curtas no nosso idioma.

Muito menos a estupida oficial justificativa, de que a Internet e as emissões em satélite substituem com ampla vantagem a radiodifusão.

Se Portugal, a pátria matter do idioma Português, encerra suas emissões de rádio, o que será o nosso idioma daqui em diante?

Estaremos nós condenados a aprender Mandarim ?

Abaixo, reproduzo mensagens enviadas a direção da RTP – RDPI Rádio Difusão Portugal Internacional, com o intuito de tornar público as manifestações contrárias a essa tremenda burrice que burocratas estúpidos e ignorantes estão patrocionando contra o idioma Português e contra a história e cultura de Portugal.

Já não basta o Brasil que tão fielmente reproduziu a cartilha do neoliberalismo e assim sucateou todo a infraestutura de estudios e parque emissor da Rádio Nacional que emitia em Português para o mundo e também com emissões regionais que transmitiam para todo o Brasil em Onda Curta, agora, Portugal adere a esse movimento?

Em um país como o Brasil que não preza a educação e cultura não é de se estranhar tal desprezo pelo nosso idioma, mas Portugal, com sua história de conquistas ultramar e com seus cidadãos espalhados pelo mundo, não deveria dar esse exemplo tão bizarro.

Sarmento Campos

Mensagens enviadas para a RTP/RPDI e publicadas na lista Radioescutas@:

Exmo. Senhor:

Desde final de Abril passado que manifestei o m/ completo, veemente desagrado pela anunciada suspensão do serviço em onda curta da RTP, o único meio verdadeiramente nacional de que dispomos para difundir a língua, a cultura e manter contactos com os falantes de português espalhados por esse mundo.

Temo que a suspensão, cujo período se iniciará já a partir de 01Jun’11, venha a transformar-se em supressão, pura e simples.

Ciente de que não cabe ao Provedor alterar o pedido de suspensão – prontamente satisfeito pela tutela e cuja reacção não deverá causar a menor estranheza -, nem para tal está munido de meios, sugiro, contudo, que exerça a sua função no sentido de pressionar a iluminada administração da RTP, por um lado, e de não esquecer o tema nas suas rubricas semanais, por outro.

O que escrevi em 26Abr’11 e bem assim desenvolvimentos e mensagens/comentários de outros igualmente indignados pela suspensão poderá ser encontrado em:

http://br.groups.yahoo.com/group/radioescutas/?yguid=214890592

http://groups.yahoo.com/group/dxld/
http://www.worldofradio.com/dxldmid.html

http://ct2ket.blogspot.com/

Opto por não reproduzir tudo o que foi ventilado para não alongar excessivamente este meu escrito e, naturalmente, porque os comentários não se esgotaram; ainda hoje, 25/5, foi inserido mais um, v.g. no grupo brasileiro Radioescutas.

Espero e é meu desejo que a RTP seja aliviada da sua actual administração no mais curto espaço de tempo possível, e que a próxima (infelizmente, a RTP é uma empresa, não um mero serviço de radiodifusão estatal) reverta a situação face à Onda Curta, tendo em conta o que a própria RDP/RTP inseriu na sua pág.ª internet, e que contraria em absoluto o que os lúcidos espíritos da adm. pretenderam invocar e alegar, mas que não convencem, salvo os igualmente desprovidos de determinados atributos, ou seja:

“1- QUAL A COBERTURA DA RDP VIA SATÉLITE?
A RDP assegura uma rede de 6 satélites que permitem a livre recepção da RDP Internacional em qualquer parte do mundo e da RDP África no continente africano e da Antena 1 na Europa e na Ásia e Oceânia.

2- POSSO CAPTAR A RDP Internacional COM A MINHA ANTENA PARABÓLICA?
Se está na Europa ou na América do Norte, Hawai ou América do Sul poderá captar a RDPi com uma antena parabólica de pequenas dimensões, um receptor digital e um televisor. Se, pelo contrário, se encontra em África, ou na Ásia e Oceânia terá que recorrer a uma antena parabólica de grandes dimensões (cerca de 3 metros) dado que estas transmissões são especialmente destinadas a retransmissões profissionais.”

e ainda isto

“9- PORQUE SE UTILIZAM AS ONDAS CURTAS? NÃO BASTA A TRANSMISSÃO VIA SATÉLITE
OU ATRAVÉS DA INTERNET?

Se bem que a Internet seja um meio excepcional de comunicação deve-se notar que um grande número de pessoas não dispõe sequer de telefone, quanto mais de ligação à Internet. A transmissão por satélite é igualmente um excelente meio de comunicação que, no entanto, necessita de equipamentos elaborados e dispendiosos. Na verdade, as Ondas Curtas são utilizadas há muitos anos e apresentam grandes vantagens. Os receptores de OC têm um preço acessível, são portáteis e utilizáveis em numerosas partes do mundo. Embora a RDP
Internacional seja transmitida via satélite e Internet, as Ondas Curtas continuam a ser a melhor escolha no sentido de se atingirem várias regiões do globo.”

Atentamente,
Carlos Gonçalves,
Lisboa.

Re: [radioescutas] Re: RDPi: adm./tutela imbecis e hipócritas.

Boa tarde amigos

Já para não falar na desculpa de que o centro emissor precisa de ser “modernizado”, quando o mesmo foi modernizado há 5 anos, e está equipado com emissores bem modernos e automatizados, controlados romotamente a partir de Chelas durante a noite, e com uma elevada eficiência em termos de consumo de energia.

Tudo “cantigas” para os ouvintes menos informados consumirem. Tudo isto não passa de truques politicos com vista à privatização da RTP. Para mim, com o encerramento do CEOC a 1 de Junho, deixarei de escutar a RDPi. Fez-me companhia no batente e durante as minhas viagens pela Europa e pelo Brasil, mas agora acabou. Não quero saber de “radios via internet”

73 de CT4RK

Carlos Mourato
Portugal

Re: [radioescutas] RDPi: “boas práticas.”

Carlos e demais amigos.

Já para não falar de ignorantes bem posicionados, para não lhe chamar outra coisa, que estando em lugares chave, emitem estupidas opiniões como a que se pode ver no link seguinte.

http://aeiou.expresso.pt/radio-ja-ninguem-ouvia-onda-curta-e-estava-se-a-gastar-dinheiro-associacao-portuguesa-de-radiodifusao=f650611

Este ignobil, certamente nem se deu ao trabalho de perguntar ao provedor do ouvinte se tinham havido reclamações sobre o fim das ondas curtas.

Com dirigentes deste calibre, só mesmo o futebol é que interessa a este país.

A APR, Associação Portuguesa de Radiodifusão, é tão “organizada” que nem a webpage tem em funcionamento actualmente. Mas eu descobri uma forma de fazer ouvir a minha voz através de outra webpage. Quem quiser contribuir para o devido esclarecimento deste dirigente associativo pode usar o link seguinte:

http://www.portugalio.com/associacao-portuguesa-de-radiodifusao-apr/#contact

Eu já o esclareci, mas sempre é bom mais esclarecimentos.

Aproveitei e enviei o seguinte link, para auxiliar o “iluminado” autor do artigo, a ser um pouco mais culto.

http://sicnoticias.sapo.pt/Lusa/2011/05/23/radio-fim-da-onda-curta-deixa-muita-gente-no-mar-sem-cobertura-em-portugues—comandante-marinha-mercante

73 de Carlos Mourato

dia 24 de Maio de 2011 11:56, Carlos Gonçalves escreveu:

Caro Carlos Mourato:

Afinal, o que sempre pensei e comentei à RDP, agora RTP, corresponde à realidade, graças a este seu último testemunho.

Ou seja, preferir cortar na despesa em manter um técnico em permanência – porque é disso que se trata! -, fiando-se na automatização tem dado mau resultado.

Tanto quanto sei, isto segundo informação da própria RTP, quando algo de anormal ocorre, é o guarda – de uma empresa contratada – que vale, porque já foi instruído sobre qual o disjuntor a manobrar…

Francamente, isto é patético e confirma o desinteresse da administração, porque não será a direcção técnica, muito menos o director do CEU/CEOC!, a desejar que assim seja.

Mas depois há aquilo em que o Carlos Mourato tocou: o brio, ou falta dele. Não há a montante, o que é mau indício.

Veja, isto é típico do EP (p/ os membros não familiarizados c/ esta pequena abreviatura, significa Estado Português) actual.

Há tempos, constatando que o radiofarol MIO 322 kHz apresentava uma manipulação desastrosa, verdadeiramente inútil, que persistiu por dias, resolvi contactar a base aérea respectiva; bom, a ideia que transmitiram correspondeu à mesma que a RDP emanava quando eu telefonava p/ apontar uma qq. anomalia detectada num sinal (má modulação, ruído, etc.): surpresa total, algum enfado e até um ar de que eram eles que estavam a fazer algum favor…

Francamente, não tenho pachorra p/ tais insolências. É um espírito do “deixa andar” c/ o qual não me dou, causa-me prurido, o mesmo prurido que me causa quando vejo certas e determinadas caras na tv, ou ouço as suas vozes.

73.
Carlos Gonçalves.
_________________________

— Em radioescutas@yahoogrupos.com.br, Carlos Mourato escreveu
>
> Carlos
> Na realidade é um absurdo deixar uma estação como o CEOC à “deriva” durante
> as noite e fins de semana. É um absurdo porque eu conheço os emissores do
> CEOC como conheço a palma da minha mão, e até tenho grande parte do esquema
> de cabeça. Em Sines opero-os e faço-lhe manutenção desde que foram montados
> à 10 anos, e sei que podem ser muito bons, mas tem muitas falhas a nivel de
> software de control.
(…)

RDPi: “boas práticas.”

Caro Carlos Mourato:

Afinal, o que sempre pensei e comentei à RDP, agora RTP, corresponde à realidade, graças a este seu último testemunho.

Ou seja, preferir cortar na despesa em manter um técnico em permanência – porque é disso que se trata! -, fiando-se na automatização tem dado mau resultado.

Tanto quanto sei, isto segundo informação da própria RTP, quando algo de anormal ocorre, é o guarda – de uma empresa contratada – que vale, porque já foi instruído sobre qual o disjuntor a manobrar…

Francamente, isto é patético e confirma o desinteresse da administração, porque não será a direcção técnica, muito menos o director do CEU/CEOC!, a desejar que assim seja.

Mas depois há aquilo em que o Carlos Mourato tocou: o brio, ou falta dele. Não há a montante, o que é mau indício.

Veja, isto é típico do EP (p/ os membros não familiarizados c/ esta pequena abreviatura, significa Estado Português) actual.

Há tempos, constatando que o radiofarol MIO 322 kHz apresentava uma manipulação desastrosa, verdadeiramente inútil, que persistiu por dias, resolvi contactar a base aérea respectiva; bom, a ideia que transmitiram correspondeu à mesma que a RDP emanava quando eu telefonava p/ apontar uma qq. anomalia detectada num sinal (má modulação, ruído, etc.): surpresa total, algum enfado e até um ar de que
eram eles que estavam a fazer algum favor…

Francamente, não tenho pachorra p/ tais insolências. É um espírito do “deixa andar” c/ o qual não me dou, causa-me prurido, o mesmo prurido que me causa quando vejo certas e determinadas caras na tv, ou ouço as suas vozes.

73.
Carlos Gonçalves.
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— Em radioescutas@yahoogrupos.com.br, Carlos Mourato escreveu
>
> Carlos
> Na realidade é um absurdo deixar uma estação como o CEOC à “deriva” durante
> as noite e fins de semana. É um absurdo porque eu conheço os emissores do
> CEOC como conheço a palma da minha mão, e até tenho grande parte do esquema
> de cabeça. Em Sines opero-os e faço-lhe manutenção desde que foram montados
> à 10 anos, e sei que podem ser muito bons, mas tem muitas falhas a nivel de
> software de control.
(…)

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Engenheiro Eletrônico, trabalha na área de TI e Telecomunicações e é aficcionado por tecnologia, e a prática da radioescuta
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