Philco Transglobe – Um rádio dos velhos tempos

Este fim de semana, incentivado por ter participado do encontro de Lorena, e ter visto em operação 3 transglobes, sendo que dois super modificados, e um original para colecionador, preparados pelo Michel Viani, me despertou o interesse por este rádio.

O meu Transglobe, que é de segunda mão, pois o meu primeiro sofreu um acidente durante uma mudança e ficou destruido, está muito bem conservado e funcionando perfeitamente, felizmente.

E este fim de semana, pude utilizá-lo no meu shack afastado do centro, onde foi possivel em um ambiente de baixo ruido, e com espaço para esticar uma antena unifilar de alguns metros, desfrutar deste modelo analógico que apresenta boa sensibilidade, seletividade, e uma clareza de áudio sem similar aos modernos receptores digitais portáteis.

Pude sintonizar diversas emissoras internacionais, poucas é verdade, devido a propagação estranha, mas com bastante saudosismo de se utilizar um rádio que foi o meu predileto para fazer dx inclusive, já fazem 20 anos.

Está certo que eram outras épocas, quando nosso idioma pululava nas bandas de ondas curtas, e quando o “AM” ainda tinha programação de qualidade, e havia clara separação do papel do AM e do FM.

Mas hoje, mesmo com a menor participação de emissoras governamentais no espectro de HF, ainda há muito o que se extrair do rádio.

Uma das oportunidades, é ouvir as emissões internacionais e até de regionais africanas reproduzindo a música que representa a Copa 2010, como a BBC, RFI, Voice of Greek, Sonder Grense entre outras.

E nesse meio de campo, o Transglobe brilha novamente, pois tem recepção estável, limpa de ruídos internos e é extremamente fácil de operar, o que convenhamos, nas horas onde precisamos ouvir a informação, música ou ver o que há nas faixas, um bom rádio analógico como esse é um grande incentivo a se ouvir uma boa programação.

Enfim, sou da opinião que não é o receptor que “faz” o radioescuta ou o dxista, mas sim o contrário, o radioescuta e dxista é que transforma o seu rádio predileto (ou até o seu único receptor) no melhor possível para fazer suas captações. Um local minimamente adequado, um fio de alguns metros bem esticado em um local seguro, é o que basta para se começar e se desenvolver no hobby e na cultura do rádio.

Hoje com tanta facilidade de meios de comunicação e a variedade de dispositivos móveis, portáteis, acabamos por dispersar ou pouco nossa atenção, e com o rádio, a relação é tão simples e eficiente, que ás vezes nem percebemos a ferramenta que temos em mãos.

Por isso, seria interessante olharmos esse aspecto de cerma forma purista de radioescuta e dx, pois assim, não só fazemos nossas experiencias e obtemos conhecimento a cerca da natureza da propagação da RF, do como e quando se pode ouvir o que, mas especialmente, aliar a informação, ou seja, a mensagem que estamos ouvindo, não importa a origem, aliás, quanto mais longinqua melhor !

Bem, fica aqui o registro de que o dxismo e radioescuta na sua forma mais purista, não deveria na minha opinião cultuar o receptor em si, mas sim, o que é captado através deste.

Quem já sintonizou por muitas horas a fio, por alguns anos, o dial de OC a caça de informação, notícias e cultura, em um tempo assim não tão distante, certamente vai concordar comigo, que um Transglobe e similares ainda têm seu valor nos dias de hoje ( não me refiro aos super Transglobes modificados pelo Michel para seu próprio uso, mas os originais de fábrica que nem o meu).

Michel Viani - o Rei dos Transglobes
Michel Viani – o Rei dos Transglobes utilizando um modelo durante o Encontro de Lorena 2010

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Engenheiro Eletrônico, trabalha na área de TI e Telecomunicações e é aficcionado por tecnologia, e a prática da radioescuta
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