Ruído Elétrico : O inimigo número um do rádio em casa

É quase intuitivo saber que o rádio é de longe, o maior e mais importante meio de comunicação de massa na nossa atual civilização. È dificil pensar no nosso cotidiano se não houvesse um aparelho de rádio nos lugares que frequentamos ou moramos.

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Um moderno receptor de comunicações fabricado pela Icom no Japão

A ver : é razoável partir da premissa de que todos os automóveis possuem o rádio como acessório básico. Na nossa casa, o rádio é item tão comum e incorporado em nosso dia-a-dia, que ás vezes nem mesmo é percebido pelo seus usuários e proprietários.

A praticidade de uso, o baixíssimo custo para sintonizar emissoras, no máximo pilhas ou energia elétrica da residencia de consumo insignificante, a mobilidade, e a relativa quantidade de emissões disponíveis, a bem da verdade tanto em FM como em OM (o popular AM) – não vou entrar no mérito da qualidade da programação, pois isso é tema polêmico para outra discussão – fazem do popular rádio algo tão comum que por diversas vezes é até negligenciado tal sua integração com as demais facilidades domésticas disponíveis.

Mesmo o avanço da televisão, especialmente quanto a sua penetração e ao desenvolvimento tecnológico recente de melhor resolução de imagem e cada vez mais a facilidade de se adquirir modelos de plasma ou LCD ao invés dos tradicionais tubos de imagens, além é claro, do crescimento vertiginoso de meios de transmissão a cabo, satélite e MMDS nas grandes cidades, não irá substituir o rádio na sua essência.

É pouco provável que em um evento esportivo como um jogo de futebol, ou um passeio no parque ou em um clube, alguém irá levar sua TV de LCD de 42 polegadas consigo para acompanhar a transmissão ou ouvir as notícias que lhe interessam !

Mas voltando a realidade, e até explorando a questão das TVs a cabo, cujo conteúdo também é extremamente controverso, tal qual a qualidade atual da programação disponível nas emissoras de rádio OM (AM) e FM, observamos que as informações são padronizadas e extremamente polarizadas, dependendo diretamente dos interesses do capital e secundáriamente dos governos que as subsidiam.

Não precisa ir muito longe, basta ver como foi a cobertura da imprensa local, especialmente a Televisão durante a vergonhosa primeira Guerra do Golfo em 2001.

E o meio de comunicação que mais se destacou na cobertura séria e isenta destes lamentáveis eventos, foi nada mais nada menos do que o rádio, e em particular a Rádio Difusão Portuguesa Internacional, que foi reconhecida como uma das mais valiosas e ativas na cobertura destes eventos inomináveis e dos interesses que os cercavam.

Por isso, mesmo com toda a tecnologia disponível, com a sensacional e irreversível crescimento da Internet, o rádio ainda tem seu espaço garantido por muitas décadas.

E mais uma vez, alertando para a “qualidade” do que se ouve nas faixas de OM e FM, não precisamos nem falar sobre a televisão aberta, as ondas curtas tradicionais, ainda tem sua importância em nosso mundo atual.

Tanto, que para driblar todo o ruído elétrico produzido pelos modernos aparelhos de TV de alta resolução, de plasma, LCD, pelas lampadas fluorescentes e eletrônicas de origem e qualidade duvidosas que inundam nossos lares, pela baixa qualidade da manutenção da rede elétrica provida pelas distribuidoras de energia, como regra geral, privatizadas e visando o lucro a qualquer preço, vale de tudo para melhorarmos nossa capacidade de receber sinais de rádio, especialmente os mais distantes, para estarmos mais próximos as eventuais fontes de informação mais isentas, ou pelo menos, que apresentem outros pontos de vista.

Assim, recorremos a antenas das mais variadas formas e aplicações para podermos sintonizar ondas curtas no meio desta selvageria moderna de Rádio Frequência que gera ruídos terríveis para quem deseja tanto ouvir noticiário de sua emissora de OM predileta quanto quem deseja sintonizar emissoras de outros continentes.

Um das soluções de baixo custo e que se pode tentar utilizar em uma casa por exemplo, que tenha restrição de espaço, é uma antena vertical fixada adequadamente fixada em um muro de forma a ficar acima das mais intensas fontes de ruído elétrico. Neste caso, utilizei uma antena vertical própria para utilização em rádios PX – a famosa faixa do cidadão – instalada em um mastro apropriado. O valor gasto final girou em torno de 200 reais, porém, apesar de ainda captar muitos ruídos, e especialmente de forma irregular em qualquer horário do dia ou da noite, possibilita receber sinais com mais intensidade especialmente nas ondas curtas a partir da faixa de 49 metros.

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Antena vertical de 5/8 de onda de 27MHz – 6,8 metros de altura

Este tipo de antena é apropriada para acoplar através de cabo coaxial comum diretamente à entrada de um rádio que tenha entrada de baixa impedância, normalmente os rádios denominados “de mesa”, ou receptores de comunicações como o ICOM R75 e equipamentos de radioamadores. Para rádios portáteis, pode-se utilizar acopladores para permitir transferir o sinal da antena vertical a entrada deste.

A próxima saga será descobrir de onde vem a fonte de ruídos elétricos que a atormenta de forma a tornar a recepção de sinais fracos possível. Mas isso será assunto para outro dia !



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Engenheiro Eletrônico, trabalha na área de TI e Telecomunicações e é aficcionado por tecnologia, e a prática da radioescuta
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